quarta-feira, 7 de julho de 2010

Você já leu James Joyce?

Eu já tentei. Sim, tentei, mas fracassei vergonhosamente. Há alguns anos, quando eu era jovem e ousada, eu insistia em ler até o fim tudo o que caísse em minhas mãos. De bula de remédio a Sartre, eu lia tudo. Mas conforme o tempo começou a se esgotar pra mim, fui percebendo cada vez mais o seu valor e comecei a rever minhas prioridades. Então, livros e filmes tinham um tempo limitado para me comprarem. Eu não ia mais até o fim pelo que não valia a pena. Isso valia para livros, filmes, seriados, trabalhos, projetos e relacionamentos. Se não for bom o bastante, não perco meu tempo. Não perco meu tempo nem com inimigo e desafeto. Pisou na bola e deixou a máscara cair, corto relações de tal forma que nem o nome da pessoa tento lembrar. Eu já estava nesse período intolerante e exigente quando tentei ler O Retrato do Artista Quanto Jovem, de James Joyce.
Comecei empolgada! Adoro os clássicos. Raras vezes me desapontei com um clássico. São confiáveis! Ao contrário de best sellers, clássicos são geralmente bons, como Os Três Mosqueteiros, O Retrato de Dorian Gray e O Morro dos Ventos Uivantes, que são maravilhosos. Já A Casa das Sete Torres, de Nathaniel Hawthorne, é patética de ruim, mas voltemos a Joyce. Comecei. Nessa mesma noite, no astral, estava no intervalo de uma aula de literatura numa grande universidade a qual sempre ia nesse tempo (hoje, estou atuando mais nos resgates...). Um jovem de cabelos encaracolados de sorriso gentil se aproximou de mim e me perguntou o que eu estava lendo. Eu mostrei o livro e disse: O Retrato do Artista Quando Jovem. Ele fez uma careta e respondeu: Hum... James Joyce... Eu já li esse, mas você não vai gostar... É muito chato.
Quando acordei, quis provar a mim mesma que o jovem estava errado. Mas ele não estava. O livro era chato. Quando tentei ver pra onde ia a história do garoto doente na escola e quando aquela agonia acabava, pecebi horrorizada que o livro tinha apenas três capítulos. E era aquilo mesmo. Desisti.
Agora, com nossa ida à Irlanda, esbarrei em Joyce de novo. Dublin tem verdadeira adoração por esse escritor, embora eles tivessem tido um relacionamento de amor e ódio. James Joyce teve muitos problemas para publicar, foi pobre a maior parte do tempo e quando conseguiu imprimir seu livro com dinheiro do próprio bolso, alguém foi lá (ninguém sabe até hoje quem foi esse espírito de porco) e tacou fogo em tudo, na gráfica mesmo, só deixando um único exemplar par ao autor. Pelo menos pagou! Joyce ficou arrasado (eu não ficaria. Imprimiria tudo de novo e contanto que o sujeito continuasse pagando, eu não ia me importar. Vamos ver quem ia cansar primeiro). Sua história foi sofrida e sempre que leio sobre a vida de um escritor que morreu pobre, fico deprimida. Mas hoje ele é reconhecido e tem um museu em sua homenagem. Seus livros tinham Dublin como cenário e, se der tempo, podemos ler Ulisses e reconhecer as ruas quando formos lá. Hoje a Irlanda reconhece o gênio (não sei se ele era um gênio. Não consegui terminar de ler o livro pra saber). Antes tarde do que nunca!

A nossa amiga Helena deu uma ótima sugestão. Levarmos um caderninho de viagens, onde podemos anotar nossas impressões dia a dia. Eu achei ótimo, especialmente porque essa viagem será muito rica, teremos muitos momentos e se não anotarmos na hora, vamos acabar esquecendo! Então, é hora de escolher seu caderninho e sua caneta de viagem! Ao fim do passeio, teremos um livro!


Uma breve biografia
Fonte: Wickipedia

James Augustine Aloysius Joyce (Dublin, 2 de Fevereiro de 1882Zurique, Suíça, 13 de Janeiro de 1941) foi um romancista, contista e poeta irlandês expatriado. É amplamente considerado um dos autores de maior relevância do século XX. Suas obras mais conhecidas são o volume de contos Dublinenses (1914) e os romances Retrato do Artista Quando Jovem (1916), Ulisses (1922) e Finnegans Wake (1939) - o que se poderia considerar um "cânone joyceano". Também participou dos primórdios do modernismo poético em língua inglesa, sendo considerado por Ezra Pound um dos mais iminentes poetas do imagismo.

Embora Joyce tenha vivido fora de seu país natal pela maior parte da vida adulta, suas experiências irlandesas são essenciais para sua obra e fornecem-lhe toda a ambientação e muito da temática. Seu universo ficcional enraíza-se fortemente em Dublin e reflete sua vida familiar e eventos, amizades e inimizades dos tempos de escola e faculdade. Desta forma, ele é ao mesmo tempo um dos mais cosmopolitas e um dos mais particularistas dos autores modernistas de língua inglesa.

Amanhã a gente volta com mais dicas sobre a viagem para a Irlanda! E tá na hora desse povo tímido começar a dar as caras por aqui! Deixem comentários, falem no mural, digam alguma coisa pra gente saber que vocês estão vivos! Eu sei que vocês estão aí! O contador não mente! Mais de duas mil pessoas já passaram por aqui! Não tentem se esconder atrás dos castelos desses vídeos! Beijos com sabor de Baileys para todos!

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